terça-feira, 28 de abril de 2009

A uma passante

A rua em derredor era um ruído incomum, longa, magra,
de luto e na dor majestosa
Uma mulher passou e com a mão faustosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;
Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação.
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala o frenesi que mata.
Um relâmpago e após a noite!
— Aérea beldade
E cujo olhar me fez renascer de repente
So te verei um dia e já na eternidade?
Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais
Tu que eu teria amado — e o sabias demais!

Charles Baudelaire
(Trad. Paulo Menezes)

Um comentário:

Edvaldo Couto disse...

Oi, seu blog está bonito, mas super desatualizado. Já tem um mês sem postagem alguma. Pode? Comente o material usado nas aulas e as visitas feitas, filmes etc. Comentários pessoais e não resumo das coisas.
Bj.